segunda-feira, 3 de março de 2008

As Cidades Invisíveis na Comunidade de Leitores


Soube pela primeira vez de um Calvino escritor a propósito de certas preferências semânticas dos autores pós-modernistas (Douwe W. Fokkema – História Literária, Modernismo e Pós-modernismo). “Labirinto”, uma dessas noções comuns, é conotada precisamente com As Cidades Invisíveis. Também me deixou curioso saber que “...os autores pós-modernistas escrevem sobre mundos concebíveis, pelo menos imagináveis, mas impossíveis, mundos que, assim nos diz a razão, só podem existir na nossa imaginação”.

A leitura da trilogia Os Nossos Antepassados, contacto inicial com a obra de Italo Calvino, excedeu essas expectativas, Seguiram-se Marcovaldo, Palomar e Cosmicómicas...

Escolhi As Cidades Invisíveis em detrimento de Se uma Noite de Inverno um Viajante, outro livro de características únicas, porque a moeda caiu com a cruz voltada para cima.

Marco Polo descreve uma ponte, pedra a pedra
– Mas qual é a pedra que sustém a ponte? – pergunta Kublai Kan
– A ponte não é sustida por esta ou por aquela pedra – responde Marco – mas sim pela linha do arco que elas formam.
Kublai Kan permanece silencioso, reflectindo. Depois acrescenta: – Porque me falas das pedras? É só o arco que me importa.
Polo responde: – Sem pedras não há arco.

Caberá a JOSÉ LUÍS ANTUNES GUIMARÃES, advogado por necessidade e conveniência, a tarefa de guiar a Comunidade de Leitores – que, aliás, ajudou a fundar – numa visita As Cidades Invisíveis no dia 3 de Março, às 21h30, na Velha-a-Branca.